quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Prêmio de Risco: CDB Vs. Ibovespa

Na postagem de hoje vamos dar continuidade a análise de EQUITY PREMIUM avaliado na postagem anterior:


Anteriormente foi demonstrado graficamente o Equity Premium (Prêmio de Risco) para a economia Americana de 1925 a 2012, agora vamos avaliar se a mesma teoria pode se aplicar ao caso Brasileiro, objetivo este da minha dissertação de mestrado:


O principio teórico é o mesmo, onde eventualmente os ativos de risco apresentam taxa de retorno superior aos ativos livres de risco. Teoricamente isso se justifica pelo fato de que o prêmio de risco nada mais é que uma recompensa pelo risco corrido pelo investidor.

Desta vez teremos aqui dois gráficos, para ilustrar a teoria aplicada a um caso brasileiro. No primeiro gráfico (Bovespa Deflacionado) apresentamos parte do tratamento dos dados, a diferença entre o Índice Ibovespa Real e Nominal, e no segundo gráfico (Ibovespa e CDB Deflacionados) temos a avaliação do Equity Premium para estas duas variáveis.


Avaliando os gráficos nós podemos observar claramente que o índice Ibovespa sempre esteve flutuando em torno do CDB e que existe uma clara relação entre as duas variáveis, comprovando-se assim a teoria. Os princípios para essa oscilação em torno do CDB é a mesma da já avaliada na postagem anterior, onde em períodos de crise (crise do México/94, crise asiática/97, crise da Nasdaq/01 e crise Sub-prime/08) tivemos o Ibovespa abaixo do CDB, e em períodos de expansão ou de euforia após planos econômicos brasileiros (plano cruzado/86, plano verão/89, plano Collor/92 e plano Real) o Ibovespa passando a remunerar mais que o CDB.


É importante observar que o CDB sempre esteve muito próximo dos retornos do Ibovespa, em razão de que as taxas de juros da renda fixa no Brasil principalmente pós plano Real sempre foram muito elevadas, havendo a necessidade de que os ativos de risco tivessem retornos realmente muito altos. Com a Selic agora próximo de padrões internacionais com uma taxa próxima 7% a.a., e com o processo de estabilização da economia mundial pós-crise do Sub-prime e crise Europeia, o Ibovespa deve passar novamente o CDB e se manter acima por mais tempo, aos moldes do caso Americano.

Vale observar novamente que a teoria de Equity Premium se aplica apenas para períodos de longo prazo, porque a curto prazo o risco é muito grande.

Até a próxima e grande abraço a todos.

Mario Filizzola Costa

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Prêmio de Risco: Títulos Públicos Americanos Vs. Dow Jones

Nossa primeira postagem após a apresentação do Blog é uma análise gráfica da minha dissertação de Mestrado, que vocês podem acessar através do link...


Minha dissertação tem como tema, EQUITY PREMIUM: ANÁLISES DE UM CASO BRASILEIRO, cujo assunto basicamente busca avaliar a teoria sobre o Prêmio de Risco. Esta teoria afirma que investimentos arriscados devem apresentar um retorno normalmente maior que os de ativos livres de risco.

Nesta postagem é apresentado no gráfico basicamente esta teoria, na qual na maior parte do tempo os ativos de risco, aqui representados pelo Dow Jones Index, demonstram capitalização bursátil maior que a capitalização dos ativos livres de risco, aqui representados pelos Títulos Públicos Americanos com maturidade de 10 anos (Treasury Bonds 10 years).


Podemos perceber também no gráfico, que em momentos de crise (crise de 29 e entre guerras, crise do petróleo, Bolha da Nasdaq e crise do Sub-prime), os valores capitalizados dos ativos livres de risco passam a ser maior que os de ativos de risco, e que em momentos de expansão da economia, ocorre o inverso.

Basicamente este gráfico comprova a teoria de Equity Premium, mas vale observar que a comprovação está atrelada a investimentos de longo prazo, pois em períodos de curto prazo, a incerteza ainda é muito grande.

Sobre o tratamento dos dados, tanto os Títulos Americanos quanto o Dow Jones foram deflacionados pelo CPI (Consumer Price Index), para que obtivéssemos valores reais. A capitalização bursátil do Dow Jones é expresso aqui através dos pontos do índice deflacionados, já para os Títulos Americanos foi realizada a capitalização dos pontos do Dow Jones a partir de determinada data pelas taxas de remuneração dos Títulos. Por isso os dois apresentam o mesmo intercepto no gráfico.

Outras questões interessantes podem ainda ser observadas no gráfico, como a diferença de dispersão entre as duas variáveis, onde os Dow Jones Index apresenta uma dispersão muito maior que dos Títulos Públicos Americanos, dispersão esta que representa puramente o risco do investimento frente à segurança dos Títulos Públicos. Podemos observar também que os Títulos Públicos podem apresentar períodos de redução da capitalização, isso porque estamos trabalhando com dados reais, ou seja, em períodos em que o rendimento dos títulos for menor que a inflação teremos taxas negativas de capitalização, proporcionando assim uma redução do valor total capitalizado.
Na próxima postagem vamos avaliar o Ibovespa contra o CDB, como continuidade desta sessão.
Grande Abraço a todos.
Mario Filizzola Costa

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Primeira Postagem: Objetivos do BLOG ECONOMIA E FINANÇAS

Economista de formação com mestrado em Desenvolvimento Econômico pela UFPR atuo hoje na área financeira como Operador de Mercado, onde sou responsável pela formulação de estratégias de Hedge nos mercados de moeda, taxas e mercadorias.
Como profissional de Mercado, o conhecimento de Conjuntura Econômica se faz fundamental como instrumento de decisão estratégica. Mas não basta conhecer de Conjuntura é importante também compreender a forma correta de tratar determinadas variáveis e as possíveis inter-relações entre diferentes variáveis aos moldes dos princípios de equações simultâneas estudados nas aulas de Macroeconomia e Econometria.
Com estas questões em mãos, temos assim o objetivo deste blog, que é repassar para discussão inúmeros estudos já realizados ou por realizar que leva em consideração este princípio de tratamento de dados e inter-relações entre variáveis econômicas, financeiras e sociais. E assim contribuir com alunos, professores e profissionais de mercado que dedicam a este assunto a mesma importância e atenção que eu também dedico.